Quem foi Ressano Garcia

Frederico Ressano GarciaFrederico Ressano Garcia nasceu em Lisboa, a 12 de Novembro de 1847, e aí veio a falecer a 27 de Agosto de 1911. Era filho de António José da Orta e de Fidella Ressano Garcia.

Estudante da Escola Académica até aos 14 anos, matriculou-se, depois, no curso de Engenharia da Escola Politécnica, o qual veio a terminar em Paris, em 1869, na École Imperiale des Ponts et Chaussées, em que ingressou mediante concurso de provas públicas.

De regresso a Lisboa, dividiu a sua carreira profissional entre a docência – no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, onde leccionou Engenharia, e, depois de 1880, na Escola do Exército – e a actividade de engenheiro da Câmara Municipal de Lisboa, lugar que havia conseguido em 1874, mediante concurso público.

No desempenho desta função, começou por reorganizar o departamento técnico da Câmara Municipal, no sentido de lhe dar alguma autonomia relativamente ao poder político.

Dedicou-se, depois, ao estudo e elaboração de um plano sistemático de expansão da cidade para norte, a partir do Tejo, de acordo com o que havia sido planeado no tempo do 1.º marquês de Pombal. Planeou e construiu a Avenida da Liberdade, inaugurada em 1879, a Praça Marquês de Pombal, a Avenida 24 de Julho, desde a rampa de Santos até ao caneiro de Alcântara, o mercado da Ribeira Nova, os novos bairros de Campo de Ourique e da Estefânia e todas as avenidas, ruas, bairros e parques entre a Praça Marquês de Pombal e o Campo Grande.

O planeamento técnico e estético que aplicou em Lisboa traduz as influências da renovação de Paris, levada a cabo pelo seu conhecido barão Haussmann, durante as décadas de 1850 e 1860. Tal como na capital francesa, as infraestruturas para o abastecimento de água, gás e electricidade foram colocadas no subsolo, facilitando-se, assim, a instalação de linhas de eléctrico e fios de telefone.

Para a modernização da cidade, contribuiu, ainda, com os seus projectos de renovação da rede de esgotos, de abastecimento de água, do porto de Lisboa, com a criação da linha de cintura, que veio a transformar-se numa das mais sólidas e económicas da Companhia dos Caminhos de Ferro. Foi também encarregue de elaborar e levar a cabo a construção da Linha de Sintra.

Filiado no Partido Progressista, conservou-se afastado dos órgãos de soberania até 1878, quando foi eleito deputado por um dos círculos de Lisboa. Nos dois anos seguintes, seria eleito pelo Ultramar e, de novo, por Lisboa, apresentando-se,depois, em sucessivas legislaturas, eleito deputado por diversos círculos, até que, em 1887, passou para a câmara alta, como par electivo pelo distrito de Lisboa.

O Governo elegeu-o, nessas circunstâncias, primeiro-secretário da Câmara dos Pares e vogal da Comissão dos Negócios da Fazenda e Obras Públicas, em reconhecimento dos serviços prestados.

Em 23 de Fevereiro de 1889, foi chamado, pela primeira vez, ao Governo, em substituição de Emídio Navarro, na pasta da Marinha e Ultramar. Viria a  demitir-se, em conjunto com o executivo, liderado por José Luciano de Castro, em 14 de Janeiro de 1890, na sequência do Ultimatum inglês.

Pouco tempo depois de ser elevado ao pariato, voltou ao Governo para chefiar a pasta dos Negócios da Fazenda entre 7 de Fevereiro de 1897 e 18 de Agosto de 1898, data em que foi substituído por Manuel Afonso Espregueira, numa recomposição do executivo chefiado por José Luciano de Castro.

Foi redactor do jornal Progresso, órgão oficioso do Partido Progressista, e escreveu diversos artigos sobre finanças no Diário Popular.

Presidente da direcção da Companhia das Águas, sucessivamente eleito até ao ano da sua morte, foi, também, director da Companhia dos Fósforos e da Companhia dos Caminhos de Ferro de Lourenço Marques, bem como comissário régio e presidente da comissão portuguesa na Exposição de Paris de 1900.


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