Editorial Notícias da Escola nº10
Novembro 2008
Por Luís Justo Máximo
O Ministério da Educação entendeu, ao que parece, após análises do passado e de experiências internacionais que era necessário antecipar o início do ano lectivo para o meio do mês de Setembro ou seja cerca de duas semanas antes do que foi hábito durante décadas no nosso país.
Porque era necessário alongar o tempo dedicado ao ensino, porque com isso se resolveria alguns problemas das famílias, porque colocávamos o nosso ensino ao nível dos europeus, porque já havia capacidade de colocação de professores a tempo do inicio das aulas, porque não fazia sentido tanto tempo de férias etc…
Enfim os anos vão passando e o que vemos, em mais situações do que as desejáveis e que encontramos todos os inícios de ano no nosso ensino é que as famílias não vêem os seus problemas resolvidos, os professores não têm mais tempo para leccionar, os resultados parecem afastar-se cada vez mais dos outros países, as colocações de professores e educadores não acontecem ainda atempadamente, e pior que ter tanto tempo de férias é, como todos temos por experiência em qualquer emprego, é dizia eu, começar qualquer actividade num ambiente de expectativa e sem rumo, que nos leva a todos a adiar sistematicamente o inicio regular de trabalho ritmado.
Façamos uma reflexão, e temos, Crianças com falta de integração e cultura de escola pelo impasse criado, ou por falta de educadores e/ou professores ou de actividades de enriquecimento curricular (AECs), Pais baralhados, e com dificuldades de conciliação de empregos com horários escolares e outras actividades familiares, culturais ou desportivas, além de apreensivos relativamente ao sistema de ensino, porque mesmo tendo confiança nos Professores, sabem que também estes sofrem diariamente, tanto com a dificuldade de implementação de pedagogias e matérias em sala de aula como pela dispersão e motivação com que os alunos chegam à sala, porque a degradação do ambiente educativo é crescente em inúmeras escolas, mais ainda naquelas em que o numero de Auxiliares não corresponde ao necessário para compensar todas as dificuldades, como no caso da nossa escola onde existem realidades e necessidades tão prementes como o apoio a crianças com necessidades especiais, dificuldades motoras, imensas salas e casas de banho para manutenção, apoio aos professores, acompanhamento de almoços, recreios, intervalos, para além de inúmeras outras funções.
Resultado, naturalmente todos desiludidos e desmotivados. Com certeza não era isto que se desejava para a educação deste País. Daí a urgência de DECIDIR e, correctamente.
Decidir também sobre o que queremos para o futuro do nosso agrupamento.
Daí a necessidade imediata de dirigir todos os esforços e soluções construtivas e empreendedoras para concretizar a educação desta geração, de que nos possamos orgulhar futuramente.
Para isso ninguém se pode alhear, nem fazer de conta que é um problema de outros, a responsabilidade e participação de todos em sede própria está garantida através da representatividade de todas as áreas/instituições no novo Conselho Geral criado no âmbito das novas autonomias de Escola, assim só resta, COLABORAR no Nascimento de um Agrupamento forte e coeso.
Com um início de ano a desviar as atenções da Direcção para a resolução dos diversos problemas descritos, acabamos por só agora fazer sair o primeiro número do jornal deste novo ano lectivo quase todo dedicado ás AEC’s.
Assim quero aproveitar para desejar aos novos Pais e Crianças que este ano chegaram á nossa escola as maiores felicidades e a concretização dos seus anseios. Pedir-vos que colaborem em futuras edições no nosso jornal, com artigos ou questões.
Ao mesmo tempo disponibilizar os serviços desta Associação de Pais para ajudar nas duvidas e em tudo aquilo que sejam as vossas dificuldades de adaptação, confiando que a vossa participação na vida da Escola comece com a formalização da inscrição como sócios da APERG.
Ultrapassada a maior dificuldade inicial, que foi a implementação das AECs, não podemos deixar de lançar aqui em nome das crianças e das Famílias um grande OBRIGADO aos nossos PROFESSORES que utilizaram os seus merecidos tempos de descanso e tempos que poderiam dedicar a tarefas de turma, a colmatar as faltas de soluções no horário das AEC’s., como também ao grupo de Pais voluntários, que colaboraram e ajudaram a transformar esse período mais agradável para as crianças.
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