02-07-2008 00:55

Entrevista com Luís Máximo

De uma pequena ideia nasce coisas interessantes

O Presidente da APERG, após uma reunião de agrupamento com o Conselho Executivo, disse ao Notícias da Escola, no pátio da Josefa de Óbidos, que ainda não está feito aquilo que é necessário fazer.

Por quê recandidatar-se novamente?

Porque achei que ainda não estava feito aquilo que era necessário fazer. É preciso criar mais sinergia com outros pais, com outras ideias, para que as coisas funcionem melhor do que estavam até aqui, porque cada vez que aparece uma opinião há sempre uma oportunidade de mudar para melhor. E como não havia muita gente disponível para trabalhar, neste tipo de actividade, foi tentar dar, ainda, uma ajuda que reunisse um leque maior de pessoas para podermos manter a APERG em pleno funcionamento.

Existe realmente uma mudança de atitude da escola que reclama dos pais uma nova postura de participação?

Há um princípio de mudança. Muitas vezes fica no papel e sai pouco para a prática. Estamos um pouco na teoria, mas acredito ainda que a mudança vai surgir.

Como está o nível de colaboração na vida da escola, na participação do projecto educativo e no plano anual de actividades?

A nossa intenção é participar bastante. É colaborar o mais possível. Dar a nossa opinião. Levar o nosso contributo a todos os níveis. Tanto na disponibilidade física como muitas vezes na disponibilidade financeira. Não sei se será a que nós pretendemos, mas pelo menos é aquela que nesta fase se consegue ter. Irá melhorando com o tempo na medida que forem aceites as nossas intenções, como importantes e genuínas, na defesa dos interesses das crianças, famílias, professores e restante comunidade educativa.

Como estão os contactos/reuniões para tratar dos assuntos relacionados com a escola?

Neste momento estamos a participar no Conselho Geral Transitório com o objectivo da criação do regulamento interno do agrupamento. Este é de facto o primeiro grande objectivo. E depois ao longo da vida do agrupamento termos o papel mais activo possível nestas reuniões do conselho transitório, de forma a garantir  que a Escola tenha um rumo traçado. O que acontece muito nesta fase é que estamos todos muito à deriva porque ninguém sabe muito bem o que se pretende, ou como se pode fazer as coisas. Mas o mais importante do que fazer o regulamento, é saber depois transmiti-lo a todos os elementos da comunidade educativa e incutir a necessidade de se aplicar os regulamentos, logo que necessário e com bom senso. Porque um dos grandes problemas da escola neste momento é a falta de regulamentação. Não se ter rumos, não se ter noções concretas daquilo que podemos fazer e qual é o papel de cada um na Escola.

A associação está em dia com os estatutos e o registo?

Sim. Falta agora só apresentar as alterações nos estatutos que foram aprovadas, na última Assembleia, para serem publicadas em Diário da República.

Como está a situação económica da Associação? 

A situação como associação pode se dizer que é uma situação económica razoável. Porque ao longo dos anos, derivado da gestão do ATL, nas anteriores direcções, conseguiu-se obter alguns recursos financeiros, sendo que bastantes destes recursos foram aplicados directamente na Escola. Foi um investimento que os pais resolveram fazer já que muitas vezes a Câmara e o Ministério não teriam condições. A associação de Pais congregou esforços para melhorar algumas destas situações o que acabou por corresponder as necessidades que a própria coordenação da escola entendia serem mais prementes. Neste momento as receitas são relativamente poucas, derivam minimamente de venda dos equipamentos e da actividade do judo que é rentável per si, quer dizer, não há objectivos lucrativos. Portanto, é garantir a sustentabilidade em todos os processos.

Temos uma forte aposta financeira no desenvolvimento do projecto informática para todas as crianças da escola e um dos nossos grandes objectivos financeiros é apoiar os alunos das necessidades especiais, porque também tem sido uma aposta grande do Ministério na nossa escola, mas pela falta de equipamentos e de recursos que se tem sentido fez-nos aceder aos pedidos de alguns professores e de alguns pais no sentido de colmatar estas necessidades de apoio.  

Qual tem sido a maior dificuldade na gestão da associação?  

Acho que sobretudo garantir a presença dos pais na associação. Talvez não se tenha utilizado os métodos mais cativantes ou talvez os Pais ainda não saibam como é uma associação. É claro que a vida diária das pessoas, as vezes não permite uma maior interligação à escola, mas sente-se um desinteresse geral dos pais sobre as coisas. Os pais gostam muito de que as coisas apareçam feitas e esquecem que é preciso alguém para que as coisas aconteçam. E este alguém também somos nós Pais. Mesmo que a colaboração não seja física. Às vezes a “disponibilidade” de ideias é bastante importante para que as coisas surjam. De uma pequena ideia, que parece absurda, nasce coisas super interessantes.  

Qual é o maior benefício de existir, numa escola, uma associação de pais?

É um bocado tudo isto. É a garantia para os Pais terem um ponto de referência que os apoie em qualquer situação. É por isto que nós pedimos muitas vezes aos pais para nos passarem as informações e as necessidades que tem, para actuarmos. Há necessidades e realidades tão diferentes que muitas vezes algumas nos passam ao lado. 

 

Perfil

Presidente da nossa associação de pais há cerca de três anos, Luís Máximo, foi eleito para mais dois anos. Tem formação e uma empresa na área da decoração mas diz que a sua grande formação faz-se agora, aprendendo a ser Pai. Nasceu em Lisboa a muito tempo e disse que ainda não chegou sequer a metade do seu objectivo de vida que são os 100 anos. Mora em Campo de Ourique há mais de dez anos.

Entrevista recolhida por Pedro Santos Costa - Jornal nº09 Julho 2008

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